Tínhamos nos divertido de verdade naquela noite. Mesmo com
nossas diferenças de gostos, até que nos damos bem. Eu me sinto livre com você,
porque ser eu mesma ao seu lado é fácil. Você, também, sempre aparenta
espontaneidade em relação a mim, e as vezes parece que as palavras saem por
seus lábios antes mesmo de passarem por sua mente.
Quando te desafiei a sair comigo e meus amigos, achei que
você não seria capaz de se entregar a aventura de verdade. E também achei que
conseguiria dar atenção a todos de forma justa, mesmo sendo a única que te
conhece. Dupla tolice minha.
Quando você me ofereceu carona, eu achei natural. Enquanto
saíamos do bar, em meio a despedidas e gargalhadas, sua presença me enebriava.
Nunca te achei realmente bonito, mas algo em você me atraiu
desde a nossa primeira aula de piano. Talvez a hierarquia professor-aluna tenha
sua parcela de colaboração, ou talvez seja o fato de você se parecer tanto com
o meu personagem preferido daquele livro que te indiquei.
Quando encontramos seu carro e sem querer nossos braços se
encostaram, uma onda de eletricidade me invadiu. E quando você me empurrou
contra a porta ainda fechada, meu estômago deu o maior looping que já vi. Você
me olhou nos olhos por meio segundo, mas para mim pareceu uma eternidade.
Timidez e fome de você foram coisas que meu coração sentiu naquele instante. Seus
olhos estavam ávidos e pareciam pedir permissão aos meus.
E, então, quando sua boca com gosto de vinho chegou na minha
eu pude pela primeira vez sentir uma sensação de completude. Poderia ficar
ali para sempre, desbravando cada sentimento que ia de você para mim. Em parte
porque me fez feliz, e em parte porque tive medo do depois. Mas quando o depois
chegou, você me deu a certeza que eu queria. Aliás, você me queria. E continuou
me querendo quando acordamos no outro dia, e em todos os outros desde então.
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